Universitários inovam o conceito de mobilidade colaborativa por meio de caronas online
Sistema de transporte compartilhado se populariza entre estudantes devido ao baixo custo
Nos filmes, as caronas são usadas como cenário de tramas de terror ou como uma alternativa para o protagonista que quer sair viajando por aí enquanto decide o que quer da vida. Entretanto, na vida real, elas não são muito populares entre os brasileiros, na verdade, são tidas como algo de tempos passados e uma prática perigosa, mas o surgimento de aplicativos vem mudando este conceito.
O serviço UberPOOL do aplicativo que conecta motoristas a passageiros, Uber, apresentou a opção da viagem compartilhada, onde o usuário pode pedir um carro e dividi-lo com pessoas que estejam indo ao mesmo destino que ele. Assim como o carro é dividido, o valor da corrida também é compartilhado entre os passageiros, fator que atrai cerca de 87% dos usuários do aplicativo, segundo dados da própria empresa. Durante a semana de sua implantação, o serviço foi utilizado em 30% de todas viagens realizadas na cidade de São Paulo.
Opção é o que não falta, além do Uber, existem outros aplicativos como o Blablacar e EasyTaxi que aderiram a mobilidade colaborativa e oferecem a possibilidade da viagem compartilhada aos usuários. Entretanto, os aplicativos ainda não conquistaram o público universitário completamente, eles possuem um concorrente forte: os grupos do Facebook.
Grupos de carona que aparecem na busca do Facebook
Criados pelos próprios alunos de diversas universidades e regiões, os grupos são uma opção popular entre os universitários que moram em cidades diferentes ou simplesmente procuram uma opção para fugir do transporte público. As postagens são feitas tanto por aqueles que procuram uma carona quanto por aqueles que as oferecem.
A estudante, Ana Carolina Parada não acreditava no sistema inicialmente, mas depois da primeira carona, mudou de ideia. “Ir de ônibus toda semana era extremamente desgastante, até que um dia precisei ir para Campinas mais tarde e não daria para pegar ônibus, então resolvi tentar as caronas. Acabou que deu certo! Conheci pessoas muito boas que se tornaram minhas amigas e, meus pais que, antes tinham muito medo que eu pegasse caronas, acabaram confiando muito mais e não querendo mais que eu fosse de ônibus.”, explica.
Segurança e caronas não parecem combinar na mesma frase, mas o sistema utilizado pelos alunos parece funcionar bem e traz conforto tanto aos passageiros quanto aos motoristas. “Tem gente que fica meio assim de pegar carona com um desconhecido, pede placa do carro pra ter mais segurança, eu entendo e acho de boa, sempre tento passar o máximo de segurança e dirigir com responsabilidade.”, afirma o estudante Fábio Rodrigues que já foi caronista e hoje se tornou motorista.
Um grande atrativo da mobilidade colaborativa entre os universitários é a economia. A estudante Beatriz Helena de Oliveira afirma que gasta metade do preço do transporte público de usando o sistema de caronas, além de economizar tempo de viagem de São Bernardo do Campo para Campinas. Para quem oferece as caronas, a economia também é
um benefício, o universitário Erik Yamamoto utilizava o sistema de caronas desde e os 17 anos e agora, os 24, parou de procurá-las para oferecê-las. O custo do motorista é dividido entre os passageiros, então quanto mais, melhor!
Economizar é ótimo, claro, mas segundo os estudantes existe algo ainda melhor do que guardar alguns trocados do ônibus: conhecer novas pessoas. “Várias vezes eu entrava em repúblicas em que eu deixava o pessoal e tomava uma cerveja para continuar o papo. Você conhece muita gente legal, conversa sobre muita coisa diferente. Já ouvi história de gente que fez parceria de negócios por carona, tenho um amigo que já namorou uma menina que conheceu na carona.”, conta Fábio Rodrigues.
O universitário Murilo Lamberti usa tanto os aplicativos de carona quanto os grupos de Facebook e afirma que prefere a rede social já que ela cobre um grupo específico de pessoas que moram em determinada região e estudam em certa universidade, trazendo segurança aos caronistas. Os aplicativos ainda não aderiram este filtro e isso é um diferencial ainda exclusivo dos grupos na rede social.